quarta-feira, 14 de agosto de 2013

nós, pós, após



ao pensar na palavra tal dita, maldita
ouso me dar um leve arrepio
para que cada sopro de cada assobio
de exaultação te trouxesse para cada parada
fulminante que consigo ter e conter
ao tentar repelir o teu ser de meu ser

ao imaginar o que poderia ter dito
retiro o pensamento com um suspiro
incendiando o ar que respiro
numa tentativa de reesquecer o que poderia ter tido
se você ficasse pro jantar de quarta
e te dissesse o quanto nossa solidão me aparta

ao falar de algo que rima com você
corrijo cada rima com pavor
de me inundar no forte odor
do perfume que usava com tanto sabor
enquanto carregava nossas dores numa mala de amargor
e ignorava a rima
e a métrica
do frequente labirinto que era
ser minha

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